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Nesses tempos de crimes cada vez mais ousados e tecnológicos, é necessário e imprescindível não se expor a ponto de colocar sua integridade, reputação e, o mais importante, sua família em risco. O Golpe do Nudes é uma realidade que começou no Rio de Janeiro e agora se espalhou por todo o território brasileiro. As brincadeiras sensuais na frente da tela do computador podem custar caro, muito caro.
De acordo com a Polícia Civil, o golpe funcionava em duas partes. Primeiro, uma mulher se apresentava na internet como garota de programa e puxava assunto com os alvos. Quando os golpistas conseguiam atrair um suposto “cliente”, começavam a conversar por meio de aplicativos de troca de mensagens. Na conversa, a mulher pedia para os “clientes” mandarem fotos de partes íntimas ou se masturbando. A conversa era finalizada e gravada, sem nenhum contato físico entre a mulher que integrava a gravação ao grupo criminoso e a vítima.
No dia seguinte, outra pessoa iniciava a segunda etapa do golpe, que envolvia um período de pesquisa seguido de extorsão. O grupo buscava reunir o maior número possível de informações, como dados pessoais dos alvos e de parentes, além do endereço da vítima. Com essas informações, os golpistas entravam em contato com a vítima, se passando por chefes de facções. Segundo as conversas interceptadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, o criminoso dizia à vítima que ela havia deixado de comparecer a um suposto programa com a mulher com quem ele conversara na noite anterior.
O golpista, então, cobrava da vítima e exigia valores entre R$ 1.000,00 e R$ 5.000,00. Nas mensagens ameaçadoras, ele afirmava que, se a pessoa não pagasse, divulgaria suas fotos íntimas nas redes sociais. Uma dessas vítimas teve que pagar R$ 3.000,00 aos golpistas sob a ameaça de que as imagens comprometedoras chegariam até seus familiares e colegas mais próximos.
A produção do PortalBO conversou com essa vítima, um militar de 31 anos morador do Leblon, no Rio de Janeiro. Ele disse que conversava com uma suposta mulher que lhe pedia “nudes”, fotos íntimas, mas quem ligou fazendo a ameaça foi um homem. “Foi aí que eu descobri que se tratava de um golpe, e foi desesperador. Minha carreira militar seria arruinada, e minha esposa, meus filhos e toda minha família ficariam muito decepcionados”, disse.
A Polícia Civil orienta aos adeptos das práticas íntimas na internet que fiquem atentos para não serem lesados pelo bando. A especialista em crimes cibernéticos da polícia britânica, Pandora Klister, destaca que, com o avanço da tecnologia e o surgimento da inteligência artificial, esses golpes poderão acontecer de maneira ainda mais recorrente. Por isso, é essencial que órgãos institucionais de segurança promovam campanhas de conscientização. “Esses golpes já são comuns há alguns anos no Reino Unido, e existem até departamentos investigativos exclusivamente para esse tipo de crime. A diversão via redes sociais nunca foi segura desde o surgimento do entretenimento cibernético”, advertiu.
Os usuários enfrentam um dilema bem conhecido pelos brasileiros quando se trata de fantasias sexuais em sites de acompanhantes e da contratação de alguém para um momento prazeroso, porém fugaz: “Se correr, o bicho pega e se ficar, o bicho come.”
Portal BO
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