Arquivo diário: sábado, agosto 11, 2018

 

 

Por Pedro Torres/ Portal UFRN

Distante 65 km de Natal e localizada em Macaíba, a comunidade quilombola de Capoeira dos Negros reúne cerca de 300 famílias que encaram, diariamente, os desafios da distância no acesso aos serviços básicos assegurados à população, especialmente na saúde. Frente às dificuldades encontradas na comunidade, Carolina Damásio, médica preceptora do Instituto Santos Dumont (ISD), observou a necessidade de melhorar a qualidade do pré-natal no quilombo, uma das principais reclamações dos moradores.

Assim nasceu o Projeto Barriguda, desenvolvido por meio da disciplina “Competência Cultural na Atenção à Saúde da Mulher quilombola”, ofertada semestralmente aos alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que também integra o projeto de mestrado em Ensino da Saúde, defendido pela preceptora no dia 25 de maio na própria comunidade.

A defesa foi a primeira fora do ambiente da UFRN e contou com a presença da banca formada por Henry de Holanda, reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e George Dantas, diretor da Escola Multicampi de Ciências Médicas do Rio Grande do Norte (EMCM/UFRN). Na ocasião, líderes da comunidade e a população feminina contemplada pelo projeto estiveram presentes, acompanhando o trabalho construído coletivamente com os moradores. A data marcou não somente as comemorações do Dia da África e o cotidiano dos quilombolas; foi especial também para Carolina Damásio, médica infectologista formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e, agora, também mestra em Ensino da Saúde, também pela Instituição.

Preceptora do Instituto Santos Dumont (ISD), a médica defendeu sua dissertação com base nos dados obtidos a partir da análise do Projeto Barriguda, que atua desde 2015, na Comunidade de Capoeiras. O local foi reconhecido como Comunidade Remanescente de Quilombo (CRQ) em 2007 pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

“Eu não tinha a menor ideia do que eu poderia ter aprendido aqui… Educação das Profissões da Saúde e Competência Cultural” foi o título da dissertação desenvolvida na comunidade que abriga 325 famílias, segundo dados obtidos pela UFRN em parceria com o Incra em 2007, por meio do estudo antropológico comandado pela professora Francisca Miller.

“O Projeto Barriguda começou com o objetivo de melhorar a saúde materno-infantil da comunidade”, explica Carolina. “Ouvíamos várias queixas dos moradores dessa comunidade, no Conselho Municipal de Saude, de o quanto é difícil para as gestantes terem acesso ao pré-natal. Como lá não havia uma estratégia de saúde da família permanente, elas estavam tendo que competir por uma ficha para ser atendida”, relata.

As atividades do projeto são desenvolvidas no quilombo por meio da disciplina “Competência Cultural na Atenção à Saúde da Mulher Quilombola”, ofertada pelo Departamento de Tocoginecologia da UFRN junto ao ISD. Semestralmente, são oferecidas dez vagas para estudantes de qualquer curso de graduação da Universidade. Desde que surgiu, em 2015, o componente curricular marcou a grade de 30 alunos, dos cursos de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Comunicação Social.

O Instituto Santos Dumont – parceiro da UFRN -, por meio do Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (CEPS), atua em Macaíba “como serviço de referência para a atenção multidisciplinar à saúde materno-infantil e da pessoa com deficiência”, de acordo com suas missões formadoras.

“O Projeto Barriguda é uma pesquisa-ação, um tipo de pesquisa social que permite que os pesquisadores sejam parte da pesquisa. O produto da pesquisa será o produto da interação do pesquisador com o pesquisado”, explica Reginaldo Freitas, diretor-geral do ISD.

Matéria na íntegra

Em Macaíba, alguns candidatos já começaram a visitar o município que conta com mais de 49 mil eleitores, só que algumas figuras não sabem nem onde fica a rua das Cinco Bocas.

 

Agência Brasil – Os resultados das eleições de outubropodem frustrar quem espera mudanças na política nacional. Partidos hegemônicos e políticos tradicionais tendem a se beneficiar de um sistema eleitoral que é pouco permeável à renovação, diz o economista e doutor em direito Bruno Carazza.

Autor do livro Dinheiro, Eleições e Poder, Carazza destaca que as campanhas são caras e que, como já ocorreu em outros pleitos, o financiamento contará com dinheiro ilegal de empresas – em esquemas já vistos nas investigações da Operação Lava Jato. Até mesmo o dinheiro lícito, disponível no fundo de assistência financeira aos partidos políticos e no fundo de financiamento eleitoral, será usado pelos dirigentes partidários para se reelegerem.

No livro, editado pela Companhia das Letras, o economista cruza dados sobre as doações eleitorais, obtidos em delações premiadas, com projetos, votações e atuação de parlamentares – muitos dos quais vão tentar a reeleição em outubro.

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista de Bruno Carazza à Agência Brasil:

Agência Brasil: Vamos começar com uma pergunta que o senhor faz em seu livro. “Como criminosos conseguem se reeleger, mandato após mandato, mesmo sendo bombardeados com denúncias de corrupção?”

Bruno Carazza: Temos um sistema eleitoral que favorece pessoas bem conectadas com quem tem dinheiro. Qualquer candidato que pretenda ser eleito precisa fazer uma campanha personalista e cara. Tornar-se conhecido em regiões muito grandes, como são os estados, custa muito dinheiro. Isso acaba fazendo com que os candidatos se aproximem de quem tem dinheiro. Assim, começa na origem um vício de dependência entre o candidato e o doador, seja ele pessoa jurídica (uma empresa), como era na regra antiga, seja ele pessoa física, como é hoje. Outro fator é que temos nas legendas castas avessas à alternância de poder, grupos que chamamos “de caciques partidários”, que concentram poder e dinheiro, e dão as cartas na política partidária e na política parlamentar, depois de eleitos. Além disso, o foro privilegiado é um mecanismo que atrai alguns tipos de políticos. As garantias e regalias que detêm acabam fazendo com que esses personagens se perpetuem na política brasileira.

Agência Brasil: E as alianças políticas e partidárias?

Carazza: [As alianças] ocorrem muito menos por ideologia e muito mais por razão pragmática. Os partidos têm pouca identidade programática. Isso no Brasil é muito difuso. Os partidos procuram não se comprometer com nada para não se indispor com o eleitorado. As propostas acabam sendo bastante fluidas. Há exceções à direita e à esquerda, mais isso é regra em nosso sistema partidário.

Agência Brasil: As mudanças implementadas com o financiamento dos partidos e da campanha eleitoral eram ideias antigas e foram capturadas pelos “caciques políticos”, como disse. Seu estudo é sobre um sistema que sabe se preservar e se perpetuar?

Carazza: Os grandes doadores costumavam procurar os partidos mais de centro e mais de direita, e os partidos à esquerda recebiam poucos recursos. O financiamento público era desejado para equilibrar esse jogo. Quando veio o petrolão [como ficou conhecido um esquema de corrupção e desvio de fundos na Petrobras], a reação foi proibir a doação feita por empresas. O sistema do financiamento privado foi, então, desarticulado. Num instinto de sobrevivência, os partidos se uniram e começaram a abraçar a ideia. Isso foi perfeito para as estratégias dos caciques partidários, muito deles inclusive envolvidos na Lava Jato [operação em que a Polícia Federal investiga esquema de lavagem de dinheiro que movimentou bilhões de reais em propina]. Assim tornou-se um grande instrumento para estratégias de tentar a reeleição, perpetuar-se no poder e também protelar condenações.

Agência Brasil: A disponibilidade de fundos públicos impede que haja dinheiro empresarial na campanha? Essa verba não declarada não pode financiar as eleições via caixa dois?

Carazza: Não tivemos, após a Lava Jato, a despeito de todas delações de esquemas gigantescos, envolvendo todos os partidos, nenhuma mudança na legislação para coibir o caixa 2, no sentido de aumentar penas e facilitar a investigação de crimes de corrupção, de propina e de financiamento ilícito na eleição. Proibiu-se a doação de empresas, mas sem a contrapartida de coibir a doação ilícita. Também não se avançou para tornar as eleições mais baratas. A lógica do sistema não mudou. O sistema eleitoral continua demandando muito dinheiro. Esse dinheiro virá de algum lugar. Além disso, temos um terceiro elemento: não foi desarmada nenhuma engrenagem desse sistema que faz com que o Estado seja uma mina de oportunidades para o setor privado. Então, temos, de um lado, políticos que vão continuar dependendo de dinheiro para se eleger e, de outro lado, uma série de empresas que têm muito interesse no que o Estado oferece, e têm todo interesse em suprir a demanda dos políticos. Isso não vai ser feito pelas vias oficiais. Um dos efeitos é que o que antes era feito às claras, e a imprensa podia investigar, vai para o subterrâneo de novo, como era na época do PC Farias [Paulo César Farias, tesoureiro de campanha do então presidente Fernando Collor, acusado de envolvimento no esquema de corrupção que levou ao impeachment]. Não tem nenhuma garantia de que as empresas não vão doar como caixa 2, até porque não temos mecanismos para punir isso de forma mais efetiva.

Agência Brasil: Você citou o foro privilegiado como um dos mecanismos que atraem políticos com problemas na Justiça. Mas, quando saem do foro, não há o risco de os processos regredirem várias casas e de os políticos não irem a julgamento?

Carazza: Precisamos de um processo judicial que seja mais célere, mais equilibrado, para que esses políticos sejam punidos de modo efetivo e de forma rápida. Só acabar com o foro privilegiado não resolve o problema. Temos que pensar no sistema para limitar a possibilidade de recursos protelatórios para que tenha decisões mais efetivas e mais rápidas.

Agência Brasil: Nesse sentido, a Operação Lava Jato é uma referência, ou um caso muito isolado para virar paradigma?

Carazza: Ela tem papel histórico e teve efeito positivo ao usar instrumentos modernos de persecução, como as delações premiadas. Obviamente, tivemos exagero na aplicação de um ou outro instituto. A Lava Jato teve o efeito de ter mobilizado órgãos de controle, o Ministério Público e a Polícia Federal.

Agência Brasil: Outubro pode ser frustrante para quem se entusiasmou com a Lava Jato e espera uma grande renovação da política? Que ambiente o próximo presidente deve encontrar para governar?

Carazza: Cada vez mais, estamos aprofundando esse modelo. Em vez de alterá-lo para ser mais positivo, para tornar a política mais inclusiva e mais aberta. Estamos observando a classe política colocando em marcha uma estratégia muito definida e muito articulada de perpetuação no poder como instinto de sobrevivência. Ao que tudo indica, não teremos grandes renovações. E teremos novo presidente eleito tendo que jogar o jogo como ele sempre foi jogado. Não vejo chances de alterar esse nosso presidencialismo de coalizão, que acabou se tornando presidencialismo de cooptação.

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Reprodução/Instagram Flavio Rocha

O empresário Flavio Rocha, dono da Riachuelo, afirmou que está ouvindo os principais candidatos e negou que esteja apoiando o candidato Jair Bolsonaro. Flavio Rocha publicou uma foto em seu instagram ao lado do ex-prefeito João Doria (PSDB) e o candidato Geraldo Alckmin (PSDB). Na mesmo foto o empresário aparece ao lado de Bolsonaro, onde Flavio afirma “cumprindo meu dever como brasileiro, ouvindo os principais candidatos”.

Em alguns portais houve a veiculação que o empresário havia declarado apoio ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), mas Flavio apenas teve um encontro com o candidato para ouvir suas propostas.

Na manhã deste sábado (11), um motociclista sofreu uma tentativa de assalto na comunidade de Peri-Peri, em Macaíba. A vítima trafegava pela RN-160 quando foi surpreendido, ao ter sua moto trancada pelos criminosos, a vítima tirou a chave da moto e fugiu em direção a uma propriedade, os criminosos ainda chegaram a realizar alguns disparos de arma de fogo, mas nenhum atingiu o motociclista.

Publicado Edital para Técnico Subsequente e PROEJA

A Pró-Reitoria de Ensino divulgou ontem (10) os editais nº 31/2018 e 32/2018 – PROEN/ IFRN referente a inscrições para os Processo Seletivo dos cursos técnicos de nível médio subsequente e na forma integrada na modalidade Educação de Jovens e Adultos (PROEJA), respectivamente, ofertados pelo IFRN. O ingresso é para o primeiro semestre letivo de 2019, conforme o número de vagas e cursos relacionados no quadro do Anexo I dos documentos.

As  inscrições deverão ser realizadas pelo Portal do Candidato, a partir das 14h do dia 16 de agosto, até às 18h do dia 3 de setembro. Para gerar o boleto de pagamento, o candidato deverá fazer o seu login no Portal, fornecendo o CPF e senha cadastrados durante o processo de criação de sua conta. Em seguida, acessar o menu “Minhas Inscrições”, escolher o processo desejado e selecionar o botão “Gerar Boleto”. O candidato deverá efetuar o pagamento da taxa de inscrição, no valor de R$ 30,00 (trinta reais) até o dia 04 de setembro.

Candidatos com direito a isenção (conforme item 15 dos Editais) deverão preencher formulário disponível no Portal, a partir do dia 16, até às 22h do dia 22 de agosto. O resultado preliminar da isenção será divulgado no dia 27 de agosto. E o final, após o prazo de interposição e análise de recursos, no dia 30 do mesmo mês.

As provas do Processo Seletivo serão realizadas no dia 21 de outubro das 08h às 12h nas cidades onde os candidatos, se aprovados, serão matriculados e frequentarão os cursos. O resultado preliminar será divulgado a partir do dia 03 de dezembro; ambos no Portal do Candidato no Sistema Gestor de Concursos (SGC), do IFRN.

Para todas as informações sobre os certames acesse:

Edital 31/2018 – PROEN/IFRN

Edital 32/2018 – PROEN/ IFRN