A conta do setor elétrico neste ano será ainda mais salgada para o consumidor do que o estimado pelo governo anteontem, se o leilão de energia marcado para abril não seja bem-sucedido.
Pelo programa de socorro às distribuidoras anunciado anteontem, as empresas terão que tomar emprestados R$ 8 bilhões, que serão integralmente repassados às tarifas a partir de 2015.
No entanto, para que esse valor seja mantido, o governo precisa que haja interesse e concorrência suficientes para que o preço da energia caia a cerca da metade do atual no leilão -que contratará energia para entrega imediata em caráter emergencial.
Mas, no mais recente leilão semelhante, promovido pelo governo em dezembro, a oferta de energia não chegou nem à metade da necessidade de contratação das distribuidoras. O mercado atribui o fracasso ao preço-teto da energia, artificialmente baixo, que espantou as empresas.
“Os R$ 8 bilhões são uma expectativa, considerando o que já ocorreu até hoje e o que vai ocorrer até o fim do ano. Imaginando que o leilão vai mitigar todo o problema até o fim do ano”, disse o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica),
Romeu Rufino. “O financiamento pode ser maior, se não resolver todo o problema.”