Dilma desidrata ajuste fiscal e enfraquece Levy

Foto: Pedro Ladeira -/Folhapress
Blog do kennedy – Ao derrubar a meta de superávit primário deste ano de 1,1% para apenas 0,15% do PIB (Produto Interno Bruto), o governo Dilma desidrata o ajuste fiscal e enfraquece o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. A meta fiscal de 2015 sofreu um tombo de R$ 66,3 bilhões para R$ 8,7 bilhões.
Sem apoio suficiente do Congresso, que desfigurou parte das medidas de contenção de despesas, e com queda da arrecadação de impostos por causa da recessão, a saída foi admitir que não conseguirá cumprir o prometido.
Essa decisão é contraditória com as afirmações da presidente Dilma Rousseff, que até a semana passada dizia que a meta não seria alterada. No fundo, Dilma não conseguiu fazer o ajuste fiscal e ainda colheu desgaste político. De quebra, Levy sai mais fraco, pois defendia nos bastidores uma redução bem menor do que a decidida pela presidente.
Para o segundo mandato, as metas de superávit primário em relação ao PIB serão as seguintes: 0,7% (2016), 1,3% (2017) e 2,0% (2018).
Com recessão que pode chegar a 2% do PIB em 2015, aumento do desemprego, Congresso que vota bombas fiscais e desdobramentos econômicos da Lava Jato se agravando, o governo se viu obrigado a fazer uma previsão realista de gastos, despesas e arrecadação. Por isso, Levy deu o braço a torcer.

Um aspecto positivo da decisão de hoje: não houve a menor concessão às maquiagens das contas públicas que tanto mal causaram e ainda causam ao país. O desastre econômico do início do segundo mandato de Dilma traz as contas dos graves erros do primeiro governo da petista.
Pelo tom que usou no anúncio da queda do superávit, Levy deixou claro que está longe de pedir o boné, como se especulou à tarde em Brasília. Essa é um boa notícia para o país. É justo reconhecer que o ministro da Fazenda está tentando fazer a parte dele.

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