A Câmara Municipal de Natal promoveu, na manhã desta quinta-feira (17), uma audiência pública para tratar da exploração no trabalho de mendicância infantil. A iniciativa decorre em resposta a quantidade exacerbada de crianças nas ruas e nas entradas dos estabelecimentos comerciais na capital potiguar.
A audiência contou com a apresentação de casos concretos relatados nessas ocorrências pelo setor de segurança de entidades convidadas e debateu também o caminho a ser feito para fazer com que a criança seja retirada dessa situação e encontre outra realidade.
“A nossa preocupação maior é com a exploração do trabalho infantil. Uma prática inaceitável. Em relação a nossa abordagem, quando identificamos os casos, tratamos de maneira formal e educada com a intuição de ganhar a confiança dessas crianças. Temos o nosso setor específico que dá total assistência. Quando pegamos a criança e começamos a conversar, é que percebemos que quem está à frente dela, na maioria das vezes, não é um parente. Existe o caso até da criança nem conhecer o adulto que se diz responsável por ela. Um exemplo que nos chamou atenção foi com uma criança de 7 anos que abordamos por volta das 22 horas. Ela estava com a caixinha de jujuba. Tinha uma meta para cumprir“, relatou Douglas Silva, responsável pelo setor de segurança do Shopping Midway Mall.
A vereadora Nina Souza (PDT) destacou que o principal objetivo da discussão do tema é traçar algumas medidas para que realmente essa prática seja proibida. Pontuou que por trás do trabalho infantil, existe um explorador e observou que a Câmara precisa fazer a sua parte no sentido da elaboração de projetos.
“Todos nós que moramos aqui em Natal, e andamos nas quatro regiões, estamos assustados e preocupados com a quantidade exacerbada de crianças nos canteiros e nos sinais. Muitas vezes estão ali protegidos apenas por outras crianças e a gente percebe claramente que são colocadas ali por adultos, que ficam à margem, olhando de longe, escondidos. Então essa prática, nós entendemos que é errada. Nós defendemos que lugar de criança é na escola. A criança não pode, em horário escolar, está em ruas arriscando ser abusada ou atropelada. E pior sendo usada por adultos que alugam essas crianças por R$ 30 para que elas executam essa prática de pedir dinheiro”, destacou a vereadora.
Portal 96 FM