UFRN: Reitoria explica medida judicial sobre funcionamento do RU

A reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Ângela Paiva Cruz, informou na manhã desta sexta-feira, 20, que a Justiça Federal concedeu o instrumento de Interdito Proibitório pleiteado pela UFRN com o objetivo de manter dentro da normalidade o funcionamento do Restaurante Universitário (RU). Sobre o assunto a reitora concedeu a seguinte entrevista:
Por que a UFRN decidiu entrar com o pedido de Interdito Proibitório?
O esforço da gestão universitária, em qualquer circunstância, é sempre garantir a funcionalidade e a normalidade do serviços que oferece  e garantir a integridade do seu patrimônio físico e imaterial. No caso específico do RU, nosso pedido de intervenção à justiça foi para garantir que o restaurante pudesse continuar funcionando normalmente e atendendo a sua clientela, que inclui todos os segmentos da comunidade universitária, alunos, professores e técnicos.
E o que levou a UFRN a tomar a essa decisão?
A decisão veio depois de um fato ocorrido na quarta-feira, dia 17, durante o horário de almoço no RU, quando um grupo de 14 estudantes investiu contra o equipamento causando depredações. O grupo rompeu a cerca de segurança, quebrou uma janela e danificou a parte superior de um dos torniquetes em funcionamento. O grupo colocou em risco a sua integridade física e de outras pessoas que se encontravam na área e causou prejuízos materiais ao patrimônio da universidade. As imagens do sistema de segurança do RU mostram como seu deu a ação.
Havia a ameaça de uma nova agressão que justificasse esse pedido preventivo de proteção?
Sim. Durante a reunião ocorrida na reitoria nós tomamos conhecimento da convocação feita pelo Movimento Okupa RU pelas redes sociais. Eles anunciaram que na quinta-feira, dia 19, estariam realizando uma nova investida e que o objetivo seria ocupar o restaurante. Como nós não podemos prescindir do funcionamento desse equipamento, que atende mais de 3.000 pessoas por dia, tomamos medidas de prevenção. O Interdito Proibitório é o instrumento legal que garantirá que o espaço não será invadido.
Qual seria o principal prejuízo se ocorrer uma paralisação do RU?
Os prejuízos são muitos, mas o principal é colocar em risco a segurança alimentar dos milhares de estudantes que utilizam o RU. Dentre as políticas de assistência ao estudante desenvolvidas pela UFRN, essa é uma das que trazem mais benefícios diretos ao estudante, porque é a política de atender às necessidades de alimentação. O RU oferece cerca de 3 mil refeições no almoço e l,4 mil no jantar. Desse total, parte significativa das refeições é destinada aos alunos que moram nas residências universitárias e muitos desses alunos, considerados em estado de vulnerabilidade econômica, só contam com essas refeições.
Os estudantes reclamam da falta de comodidade enquanto aguardam o atendimento no RU. Filas e calor são as principais queixas. A universidade pode fazer alguma coisa para melhorar essas condições?
A UFRN sempre esteve aberta ao diálogo com os estudantes. Aliás, com quaisquer dos seus segmentos. No caso dos estudantes nós avançamos muito, em várias áreas com bolsas, novas vagas nas residências, auxílio transporte etc. No caso da alimentação, a Universidade ampliou o número de bolsas, de alunos beneficiados e já estuda várias medidas para dar mais qualidade aos serviços. Inclusive temos projetos para instalar novos restaurantes no Campus Central e no interior, porque também no interior existe uma demanda de alunos carentes e de alunos que moram em residências da UFRN.
No caso específico das filas do RU do Campus Central, há alguma medida em curso para resolver?
Nós estamos trabalhando em duas frentes. A primeira é para agilizar o acesso ao refeitório. Para isso estamos instalando um novo torniquete, elevando para 3 o número desses equipamentos. Com isso o fluxo sobe de 14 para 21 alunos por minuto passando pelos torniquetes. Fora isso nós estamos adotando outras medidas que vai descentralizar o atendimento. Até o final do mês de março nós vamos dispor de um novo espaço que irá funcionar como refeitório, nas imediações do NUPLAN.  A logística para funcionamento desse refeitório está sendo finalizada e devemos atender 400 pessoas nesse local.
Num prazo de 60 dias devemos colocar outro refeitório em funcionamento, em outra área do campus, de modo que até o final do semestre esse problema das filas será resolvido. Uma medida definitiva, que consistiria na construção de um novo restaurante, depende de avaliações, projetos e recursos, e está nos nossos planos.
 Texto: Portal UFRN

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