OBRAS DO CAMPUS DO CÉREBRO ESTÃO PARALISADAS; UFRN DEVE ABRIR NOVA LICITAÇÃO PARA A CONCLUSÃO DO PROJETO EM 2014
Enquanto o neurocientista Miguel Nicolelis avança com seu projeto de fazer uma pessoa paraplégica dar o ponta-pé inicial na abertura da Copa 2014, as obras do Campus do Cérebro em Macaíba, na Região Metropolitana de Natal, estão paralisadas.
O Campus ou Cidade do Cérebro é um projeto do Instituto Internacional de Neurociências de Natal – Edmond e Lily Safra (IINN – ELS), cuja construção está a cargo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O cronograma inicial anunciado pelo Instituto de Neurociências foi 2012, mas agora está reposicionado para 2014.
As obras são financiadas pelo governo federal, que repassa os recursos para a UFRN. O orçamento total é de R$ 42 milhões para duas etapas: construção do Centro de Pesquisa e da Escola Lygia Maria Rocha Leão Laporta, onde irão funcionar berçários para estudos científicos com crianças nascidas na região de Macaíba.
O fim do contrato da UFRN com a Edcon Comércio e Construção, responsável pela execução do projeto, paralisou as obras. Há três meses expirou o contrato de construção da escola e quarta-feira passada aconteceu o mesmo com o Centro de Pesquisa.
De acordo com o engenheiro Joab do Nascimento, contratado pela Edcon, toda a parte estrutural foi concluída, faltando apenas acabamentos. Segundo ele, a UFRN deve abrir nova licitação para esta etapa da obra.
No distrito de Jundiaí, em Macaíba, o Campus do Cérebro, por enquanto, é uma ilha no meio do nada. Como não há definição sobre data de transferência da infraestrutura do IINN – ELS, dificilmente a Cidade do Cérebro iniciará as atividades no primeiro semestre de 2015.
Em janeiro passado, no canteiro de obras em Macaíba, a empresa Edcon Comércio de Construção mantinha 150 operários trabalhando, a metade do que mantinha em 2012. Esta semana, na terça-feira, havia apenas quatro operários mais o engenheiro Joab Nascimento e os seguranças contratados pela UFRN para guardar o local.
Onze meses depois de ter visitado o local para fazer reportagem, o NOVO JORNAL voltou a Macaíba e constatou, visualmente, que houve avanços na obra. No entanto, sem operários e sem a construção concluída, o aspecto é de desolação. Enquanto não é escolhida uma nova empresa para finalizar o projeto, somente a segurança permanecerá no local.
Segundo Joab Nascimento, o contrato da Edcon com a UFRN foi encerrado porque acabou o prazo para o qual a empresa foi contratada.
“Além das vistorias periódicas feitas pela UFRN, quem costuma andar por aqui de uma a duas vezes por mês é Miguel Nicolelis”, informou Joab Nascimento. Ele comentou que o cientista conversa muito com os operários e fala sempre sobre o projeto do Campus do Cérebro.
Sílvio Andrade
DO NOVO JORNAL