Dentro de 36 meses, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio Grande do Norte (SENAI-DR/RN) estarão realizando, conjuntamente, pesquisa aplicada em energia eólica, solar, pequenas centrais hidrelétricas, biomassa, biogás, fertilizantes de alto desempenho e áreas correlatas. E o resultado desse trabalho já tem destino certo: os setores pré-competitivos do Rio Grande do Norte.
Para tanto, as duas partes fecharam na terça-feira, 6, um Contrato de Cooperação Acadêmico- Científica, que implica na edificação do Núcleo Avançado de Pesquisa e Inovação, a ser instalado em terreno disponibilizado pela UFRN no Campus Macaíba, onde funciona atualmente a Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ).
Um fato histórico
Trata-se de um acordo histórico, segundo a reitora da UFRN, Ângela Paiva Cruz, tendo em vista concretizar o Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRN 2011-2019. “Os planos e as metas desenhadas pela comunidade acadêmica para o PDI se entreolharam, entendendo os desafios que o Rio Grande do Norte enfrenta, entre eles o desenvolvimento do setor industrial”.
Portanto, continuou a reitora, “enxergamos nessa relação com os movimentos sociais e com o setor produtivo, que as questões socioeconômicas e educativas do povo potiguar precisam ser resolvidas e uma das formas é por meio da pesquisa”.
Ao se referir ao momento histórico, o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) externou que “o acordo é importante não só para o SENAI, mas para todo o sistema FIERN, pela parceria firmada com a UFRN, a mais renomada instituição entre as universidades do Norte e Nordeste”. “Acreditamos que este projeto que atende a todo o Brasil seja mais um entre muitos que vamos fazer em parceria com a UFRN”, acrescentou Amaro Sales.
O momento contou com a presença do professor João Batista, pró-reitor de Administração, da professora Cândida Amaro Aragão, diretora do CT Gás-ER, de Benilton Medeiros Nunes, assessor de Inovação e Sistemas de Tecnologia, e de Fernando Antônio Bezerra, chefe de gabinete, ambos do Sistema FIERN.
Instituição-âncora
Denominado, também, de Instituto Senai de Inovação de Energias Renováveis, o Núcleo Avançado de Pesquisa e Inovação será instalado em uma área de 15 hectares cedida pela UFRN por um período de 25 anos. O investimento será de R$ 25 milhões, provenientes do SENAI, BNDS e da própria FIERN.
Quando entrar em funcionamento deve fazer o papel de um parque tecnológico em Macaíba, um dos municípios da Região Metropolitana de Natal (RMN), onde a UFRN já oferta ensino técnico e superior tecnológico, além de fazer pesquisa e extensão. Para expandir a pesquisa, a instituição terá um laboratório específico de 400 metros, além do uso de outros ambientes para fins acadêmicos, dentro do Instituto.
Ao se pronunciar sobre o fato, o professor associado do Departamento de Engenharia Química da UFRN e diretor regional do SENAI, Afonso Avelino, foi taxativo: “Se não fosse essa parceria, teríamos que utilizar o potencial criativo e a capacidade intelectual da Universidade Federal do Rio Grande do Norte para desenvolvermos este Instituto implementado pelo sistema FIERN”. E ouviu da reitora: “Sabemos que essa parceria é benéfica para a área tecnológica e para a sociedade potiguar. Assim, cumprimos a missão da UFRN”.
Em agradecimento pela disponibilidade do CONSAD para a consecução da parceria, o presidente da FIERN reconheceu que a Universidade precisa pesquisar, mas que pode trabalhar com o setor produtivo de maneira acadêmica. Acredito, disse Amaro Sales, “que se tivermos alguém pesquisando dentro de nossas indústrias, seremos mais criativos e produtivos.” O Estado do RN precisa ter a visão de que a Universidade não é uma ilha, continuou, e clamou: “Precisamos aproximar o empresário da Universidade, porque ele passa por muitas mazelas no processo produtivo e não sabe como resolvê-las. Hoje, que temos recursos e possibilidades para isso, “nossa busca é trazer a academia para dentro de nossas empresas”.
Na oportunidade, a reitora reiterou que a gestão da UFRN tem como foco melhorar a relação com o mundo produtivo e que, por meio da pesquisa aplicada, haverá de contribuir para produzir mais conhecimento, produto e tecnologia social, o que implica em contribuir para o desenvolvimento do país. Prova disso, citou a reitora, os 71 pedidos de registros de Carta Patente estão sob análise no órgão competente.
Entretanto, ponderou Ângela Paiva, “fica claro para os parceiros que teremos a UFRN como instituição-âncora desse parque tecnológico. Assim, devemos ter laboratórios para atuar”.
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