Policial de UPP é suspeito de matar aposentado em favela do Rio

DIANA BRITO
DO RIO
Um soldado da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Complexo de Manguinhos, conjunto de favelas situadas na zona norte do Rio, é investigado sob suspeita de matar o aposentado José Joaquim Santana, 81, no início da madrugada desta quinta-feira (19), em Madela 2, uma das comunidades do conjunto.

Segundo o chefe de investigação da Divisão de Homicídios da cidade, Rafael Rangel, o PM afirmou em depoimento que efetuou um “disparo de advertência” para o alto após enquanto abordava um adolescente suspeito na favela, após ter considedo insuficiente o uso de arma não letal. A perícia apontou que o idoso estava há cerca de 100 metros do PM quando foi atingido. Naquele momento, não teria acontecido troca de tiros.

A arma do policial, uma pistola.40, foi apreendida. Os investigadores aguardam resultado da necropsia para fazer confronto de balística com o projétil ou com vestígios dele no ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli), no centro.

No total, cinco pessoas foram ouvidas pela polícia, entre elas o PM suspeito e a mulher do aposentado, que disse que o marido fumava na varanda do apartamento da família, como de costume, quando foi atingido. O idoso foi baleado no rosto.

“O PM não foi autuado em flagrante porque não ficou caracterizado que foi realmente da arma dele que partiu o disparo que atingiu o idoso”, explicou Rangel à Folha.

Por volta das 16h, o corpo do aposentado continuava no IML (Instituto Médico Legal) do Rio. Ainda durante a madrugada de hoje, moradores fizeram uma manifestação na Linha Vermelha, uma das principais vias da cidade, que liga o aeroporto internacional ao centro, para pedir Justiça.

A Folha entrou em contato com a coordenação das UPPs, mas não obteve retorno. O nome do PM suspeito de efetuar o disparo não foi divulgado. O resultado do confronto de balística e da perícia deve sair em 30 dias.

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