O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis disse em seu Facebook que voluntários paraplégicos usando o exoesqueleto já treinam andar e chutar uma bola – tudo controlado com o cérebro, mais ou menos da mesma maneira que pessoas sem a paralisia dos membros inferiores fazem.
O projeto Andar de Novo planeja que um voluntário paraplégico usando o exoesqueleto dê o primeiro chute da Copa do Mundo, em 12 de junho de 2014. Esta seria uma demonstração pública do que o projeto realmente pretende no longo prazo: reabilitar pessoas que perderam a capacidade de andar.
“Precisamente as 12:21 do dia 29/04/2014, o BRA-Santos Dumont 1 deu os seus primeiros passos e chute controlados pela atividade cerebral de um paciente do projeto Andar de Novo que também experimentou a sensação tátil desses movimentos do exoesqueleto”, disse o cientista nesta terça-feira (29).
Ele ainda comentou: “Exatamente as 15:02 de ontem, dia 28/04/2014, o primeiro paciente do Projeto Andar de Novo iniciou a sua caminhada inaugural vestindo o BRA-Santos Dumont 1, o exoesqueleto construído pelo consórcio Walk Again. Foram 18 passos e 3 chutes históricos. Até as 17:30, dois outros pacientes já haviam realizado caminhadas e chutes semelhantes. Três pioneiros brasileiros que emocionaram a todos nós com a sua coragem e determinação”.
Em entrevista ao UOL no final de 2013, o pesquisador contou que a resposta tátil (para que a pessoa ‘sinta’ o que o exoesqueleto faz com a pele artificial) e o ambiente virtual de teste controlado pelo cérebro já funcionavam. Os passos finais são reunir estas tecnologias e realmente conseguir mover a pessoa por comandos cerebrais até dar chute. Mesmo após conseguir este resultado positivo, o exoesqueleto terá que continuar a ser estudado para que possa ser utilizado por tetraplégicos e demais pacientes.
O projeto foi desenvolvido por um consórcio internacional, liderado no Brasil pelo IINN-ELS (Instituto Internacional de Neurociências de Natal – Edmond e Lily Safra) e com a parceria da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente).
UOL