
Foto: Fábio Ewerton
A deputada federal Natália Bonavides (PT) voltou a se posicionar contra a aliança do Partido dos Trabalhadores com o MDB para as eleições de 2022. Os diálogos acontecem desde a visita do ex-presidente Lula ao Rio Grande do Norte, no fim de agosto, quando o petista encontrou o ex-senador Garibaldi Filho e o filho dele, o deputado federal Walter Alves, ao lado da governadora do Estado, Fátima Bezerra.
Na ocasião, Lula buscou apoios além da esquerda para sua provável candidatura à presidência e também para o palanque local de Fátima Bezerra, que vai concorrer à reeleição no próximo ano. A aproximação entre as duas legendas foi alvo de críticas de Natália, que já se posicionou anteriormente contra a possível aliança. Ao Agora Entrevista nesta quarta-feira (13), a parlamentar disse que as pautas políticas dos dois partidos são divergentes.
“Nosso partido começa agora a fazer o debate das eleições do ano que vem, ainda está bastante longe. A própria governadora Fátima coloca que agora precisamos recuperar nosso estado, é a prioridade. Mas existem conversas que são feitas, hipóteses que passam a ser debatidas, que as instâncias do partido vão decidir. Minha posição sobre a possível aliança já é pública. Acredito que na eleição é o momento de apresentar nosso projeto para sociedade e devemos fazer isso com partidos diferentes, até porque nem se chamaria aliança. Mas acho que é necessário para isso uma identidade mínima comum, a ser defendida, para mostrar para o povo qual é o projeto que se quer construir. A partir daí que não acredito que esse tipo de aliança seja a melhor opção porque hoje temos divergência política muito grande. No próprio Congresso, como é que esse partido [MDB] vota? Qual é a porcentagem de identidade que tem com o governo Bolsonaro? É muito grande, enquanto o que nós defendemos é um programa oposto. Se a gente conseguir eleger Lula, a gente vai ter que repensar o papel da Petrobras, desfazer as privatizações que estão sendo feitas, e quem topa esse programa? Com quem a gente pode ter pontos em comum para retomar o desenvolvimento do Brasil e continuar revertendo a situação em que o Rio Grande do Norte foi deixado? São essas as razões pelo qual eu acho que não seria adequado”, defendeu a deputada.
Natália indicou que a aliança ainda não está firmada. “O PT é um partido democrático, que não tem dono, ninguém decide sozinho. A gente debate, vota e, a partir das decisões, seguimos. [A aliança com o MDB] é um debate que não está fechado, ainda vai ser feito nas instâncias e, dentro disso, temos a liberdade de divergência e de defender coisas diferentes”, pontuou.
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