O Ministério da Educação (MEC) eliminou neste ano 1.522 candidatos
que tentaram fraudar ou comentaram alguma irregularidade no Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo o ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, são casos que vão de uso de celular no dia do exame a
tentativa de entrar com ponto eletrônico no local de prova.
A
Polícia Civil mineira constatou indícios de que uma quadrilha que
fraudava vestibulares de faculdades particulares de Medicina de Minas e
do Rio de Janeiro teriam atuado também na última edição do Enem. Segundo
as investigações, a quadrilha teria vendido respostas em Barbacena, em
Minas.
Mercadante disse que o MEC ainda não conhece as
investigações. “Até o momento nada foi encaminhada para o MEC. Há o
indicio e queremos apurar com rigor, mas não recebemos nenhum nome, qual
escola essas pessoas teriam entrada, para fazermos os cruzamentos”,
disse Mercadante na manhã desta sexta, dia 20, em evento na Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp), na capital paulista.
Dentre
os que foram eliminados do exame, 396 são de Minas e quatro deles, de
Barbacena. O MEC, segundo o ministro, não sabe se eles fazem parte da
quadrilha investigada pela polícia mineira. O ministro não deu detalhes
sobre participação de fiscais da prova em irregularidades.
Mercadante
descartou qualquer possibilidade de cancelar o exame parcial ou
totalmente. “São todos casos isolados”, disse. O Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao
MEC que organiza o Enem, divulgou nota sobre o caso. “Como o Inep, até o
momento, não teve acesso a qualquer nome de possível beneficiado pelo
esquema, é impossível verificar se os supostos beneficiários da
quadrilha estão entre os 1.522 candidatos já excluídos do exame por
fraude.”, afirmou o instituto.
Desde o início de dezembro,
a Polícia Civil mineira constatou indícios de que a quadrilha que
fraudava vestibulares de faculdades particulares de Medicina de Minas e
do Rio de Janeiro também teria vendido gabaritos do Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem). A quadrilha foi desbaratada por meio da “Operação
Hemostase”, que já teve execução de 21 mandados de prisão preventiva e
resultou no indiciamento de 36 pessoas por envolvimentos nas fraudes de
vestibulares de Medicina. Segundo o responsável pelas investigações,
delegado Fernando Barbosa Lima, de Caratinga (MG), o suspeito apontado
como chefe do grupo, José Cláudio de Oliveira, de 41 anos, teria tido
também acesso às provas do caderno amarelo.
Do MSN