Você já ouviu falar em bexiga neurogênica? Trata-se da incapacidade de controlar o ato de urinar devido a uma alteração na função da bexiga, geralmente ocasionada por doenças do sistema nervoso periférico e/ou central. Essa variação pode acarretar inúmeras complicações associadas, exigindo uma atenção multiprofissional à saúde dessas pessoas, assim como um aprofundamento das pesquisas para melhor adequar os tratamentos disponíveis.
Com o intuito de estabelecer parcerias científicas e desenvolver protocolos de pesquisas multicêntricas, o Instituto Santos Dumont (ISD) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) promoveram nos dias 6 e 7 de outubro a Jornada – Intervenção Multiprofissional na Bexiga Neurogênica.
Cerca de 70 profissionais, pesquisadores, alunos, pais e pacientes estiveram presentes no evento realizado no Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (CEPS), em Macaíba-RN. Palestras proferidas por médicos, fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros e nutricionistas abordaram temáticas associadas à detecção precoce e à assistência multiprofissional a pessoas com bexiga neurogênica.
Segundo a Coordenadora da Jornada e das Atividades de Ensino em Saúde do CEPS/ISD, Lilian Lisboa, há muita carência no Rio Grande do Norte na assistência global aos pacientes com esse distúrbio. “Profissionais de diversas especialidades desenvolvem pesquisas, estudam a literatura científica e executam abordagens terapêuticas em consultórios públicos ou privados, isoladamente. O diferencial do nosso evento foi reunir e integrar esses especialistas para discutir e viabilizar parcerias municipais e interestaduais que resultem em um manejo efetivo da Bexiga Neurogênica”, informa Lisboa.
Um dos principais palestrantes do evento, o urologista da Universidade de Pernambuco Adriano Almeida Calado, explicou que um grande desafio de quem trabalha no cuidado a pessoas com Bexiga Neurogênica é reabilitar a função vesical do paciente, fazendo-o urinar o mais próximo possível do hábito miccional normal. “Tratamentos convencionais buscam reinserir o paciente na vida em sociedade, mas não atacam o verdadeiro problema que é fazer a bexiga voltar a operar. Linhas de pesquisa como neuromodulação e interface cérebro-máquina talvez tragam de fato, as respostas que precisamos”, explica Calado. Ambas as linhas são estudadas no Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS), do ISD.
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