
Foto: Elpidio Júnior
A abertura da “janela partidária” em março de 2024 vai permitir a troca de partidos por vereadores que pretendem concorrer à reeleição. Mas em Natal alguns vereadores começam a antecipar decisões políticas, levando em conta, inclusive, a disputa majoritária na campanha de sucessão do prefeito Álvaro Dias (Republicanos).
O vereador Dickson Júnior confirmou, ontem, que “não será candidato à reeleição”, porém deverá sair do PDT e irá para um partido que esteja no projeto político do deputado federal Paulinho Freire (União Brasil), a quem substituiu na Câmara Municipal de Natal em 2022.
“Acho que já dei minha contribuição na Câmara, e vou dar espaço para pessoas mais novas. Vou continuar fazendo politica e mais na frente decido meu caminho”, afirmou Dickson Júnior, que acrescentou: “Fui convidado por Paulinho para ajuda-lo na pré-campanha de prefeito em Natal e, dando tudo certo, vou contribuir na campanha dele”.
A vereadora Nina Souza também está de saída do PDT e segue a liderança do deputado Paulinho Freire: “Preciso de uma sigla que certamente passe a apoiar a pré-candidatura dele a prefeito, pois o PDT é da base aliada do PT, o que inviabilizaria esse apoio a Paulinho no momento, então estaria fora dos meus planos”, explicou.
“De toda sorte, a minha migração partidária só ocorrerá quando se abrir o prazo permitido pela lei eleitoral, ai saberei para qual legenda irei e que esteja na base de apoio a Paulinho”, reforçou Nina Souza, que ficou no PDT em 2022 com a chegada de Dickson Júnior, depois que o partido perdeu três vereadores na Câmara Municipal decorrente do novo quadro político – Aldo Clemente foi para o PSDB e Felipe Alves e Robson Carvalho mudaram para o União Brasil, acompanhando Paulinho Freire, que em seguida seria eleito à Câmara dos Deputados.
Sem partido, Klaus Araújo é outro vereador a confirmar que “aguarda orientação política” do deputado Paulinho Freire, porque “precisa de três ou quatro partidos para fazer aliança”, disse.
No seu caso, Klaus Araújo esclareceu que não precisa esperar pela “janela partidária” para ingressar em outro partido, porque já no ano passado havia garantido sua saída do partido Solidariedade na Justiça Eleitoral. “Metade dos vereadores deve mudar de partido”, apitou.
Já o vereador Eribaldo Medeiros (PSB) obteve a anuência do presidente estadual do partido, ex-deputado federal Rafael Motta e já ingressou com ação de desfiliação partidária no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a fim de evitar punição pela troca de partido.
Eribaldo Medeiros informou que antecipou o pedido de desfiliação partidária na Justiça Eleitoral para evitar que fique preso a criação da federação partidária em curso entre PDT, PSB e o Solidariedade, ao qual já fundiu-se o Pros.
Medeiros explica que esses três partidos não fazem o seu perfil ideológico, mas alinhado com as questões ambientais e em defesa dos animais, e embora já tivesse o convite do Partido Verde (PV), decidiu se filiar ao Rede Sustentabilidade, que fez federação já no ano passado com o PSOL.
“Fui convidado pelo presidente do Rede, ex-vereador João Gentil, de Mossoró, e aceitei”, disse Medeiros, que vai presidir o Rede em Natal. “Entrei e saio do PSB pelas portas da frente e nossa ideia, se não tivermos candidato próprio a prefeito, é eleger uma bancada de três vereadores”, estimou ele, que se considera um vereador “independente” na Câmara Municipal, mas se integra a uma bancada que conta com o vereador psolista Robério Paulinho, opositor do prefeito Álvaro Dias.
Com a saída de Eribaldo Medeiros, a bancada do PSB na Câmara ficará reduzida à cadeira do vereador Nivaldo Bacurau.
Relatora da ação de justificação de desfiliação partidária impetrada por Eribaldo Medeiros, a fim de não perder o mandato por infidelidade partidária, a juíza da Corte Eleitoral, Maria Neíze Fernandes já pediu a manifestação da Procuradoria Regional Eleitoral.
Tribuna do Norte