Para ex-ministro do STF, situação de Dilma não está boa nem no TSE nem no TCU

SÃO PAULO – Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e ex-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Carlos Ayres Britto, afirmou que “não vê perigo de golpe” contra a presidente Dilma Rousseff.
Ele afirmou que discorda da avaliação de Dilma e do PT de que a atitude da oposição seja golpista ao falar de impeachment, mas ponderou, ao dizer que não vê provas jurídicas suficientes para um crime de responsabilidade da presidente.
“Ninguém está blindado contra qualquer tipo de investigação. Eu não vejo perigo de golpe se as instituições controladoras do poder, o Ministério Público, a própria cidadania, o TCU, se todas essas instituições atuarem nos limites da Constituição, não há que se falar em golpe”.
Por outro lado, ele afirmou que a situação de Dilma “não está boa” em nenhuma das instâncias em que ela é investigada, referindo-se ao TCU (Tribunal de Contas da União) e ao TSE: “pelo andar da carruagem, a situação não está boa em nenhuma das duas instâncias”, respondeu, mas sem fazer mais considerações sobre o assunto.
O TCU destaca que Dilma cometeu irregularidades na prestação de contas ao governo em 2014 e adiou o julgamento das contas para que a presidente pudesse se explicar. Ela deverá fazer a sua defesa à corte no próximo dia 21. De acordo com informações da agência Bloomberg, a maior parte do TCU aprova a reprovação das contas. 
Já o TSE apura se houve crime na campanha de reeleição da presidente a partir de uma ação do proposta pelo PSDB. Tanto o doleiro Alberto Youssef quanto Ricardo Pessoa, presidente da empreiteira UTC, destacaram irregularidades na arrecadação feita pela campanha petista. 
Ayres Britto ainda fez uma referência ao “famoso discurso” de Dilma saudando “a mandioca”, no final de junho, ao falar sobre a delação premiada e afirmar que acha que este mecanismo é “uma conquista importante”. “Eu saúdo a colaboração premiada, muito mais do que a mandioca”.
O ex-ministro também relembrou o caso do mensalão e disse que o “grande legado” do julgamento da ação penal 470 foi mostrar que a lei vale para todos. 
InfoMoney

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