Ricardo Stuckert/05.10.2014/Instituto Lula |
( R7) Para fundadores do PT que deixaram a legenda e petistas insatisfeitos com os rumos do governo da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou se eximir da crise vivida pela sigla em sua intervenção, feita nesta segunda-feira (22), em tom de desabafo durante uma palestra em seu instituto.
“Não dá para ele se isentar e jogar toda a culpa no PT. Lula ainda é a principal liderança e foi o principal condutor desse processo, desde a origem até hoje”, afirma a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP).
Uma das primeiras prefeitas de capitais eleitas pelo partido em 1988, quando venceu a disputa em São Paulo, Erundina deixou o partido em 1997 depois de um longo processo de desgaste interno por ter aceitado um cargo no primeiro escalão do governo Itamar Franco.
Para a deputada, ao afirmar que o PT “perdeu um pouco a utopia” e que os petistas “só pensam em cargo”, Lula está refletindo um quadro grave vivido pelo País.
— A fala dele foi um sintoma da falência do PT. E esse sintoma chega para mim com muito mais contundência.
Também integrante da primeira geração de dirigentes políticos do Partido dos Trabalhadores, o deputado Ivan Valente, hoje no PSOL, faz a mesma leitura.
— Esse é um discurso para consumo interno no partido, mas o Lula não pode se eximir da responsabilidade pelo PT estar vivendo essa crise monumental. O partido rebaixou o seu programa por orientação dele.