O prefeito de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, Eraldo Paiva (PT), vai disputar a reeleição e pode enfrentar um adversário de dentro do governo estadual, que é gerido por seu grupo político, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e ex-prefeito da cidade, Jaime Calado (PSD). Contudo, diz que essa situação delicada não o incomoda porque a governadora Fátima Bezerra já fez sua escolha. O prefeito também se disse confortável com seu grupo porque teria diversas opções para compor a chapa majoritária.
“Eu não me incomodo nem um pouco. Eu acho que o incomodado não sou eu. O Governo já fez sua escolha”, respondeu em entrevista ao Jornal da Manhã, da Rádio Jovem Pan News Natal, na quarta-feira (10), quando foi questionado se ter um adversário ocupando um cargo de alto escalão dentro da gestão estadual lhe causava mal-estar.
Do outro lado, Jaime Calado não quer comentar publicamente o assunto. Disse que só deverá tomar uma decisão entre os meses de março e abril, no limite do prazo para servidores públicos desincompatibilizarem dos cargos, caso desejem concorrer nas eleições desse ano. A situação é sensível porque Jaime e sua esposa, a senadora Zenaide Maia (PSD), são aliados da governadora Fátima Bezerra, que apontou Eraldo como seu candidato em São Gonçalo. Além disso, o PSD já deverá confrontar a governadora em Natal ao lançar o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves à prefeitura, para onde Fátima trabalha a candidatura da deputada federal petista Natália Bonavides.
Outro adversário que Eraldo tem como certo é o presidente da Câmara Municipal são gonçalense, o vereador Geraldo Veríssimo, que está deixando o MDB por aceitar o convite do deputado federal João Maia, para se filiar ao PP, partido que Maia preside no estado. “O presidente da Câmara está na oposição. Ele lançou a candidatura a prefeito e cabe a mim ir para disputa. Eu acho que nós vamos fazer essa disputa e vamos ver como é que vai ficar. Vai tentar, eu acho, se consolidar e nós vamos fazer o trabalho de manutenção do nosso grupo político”, disse o prefeito.
Não haveria então nenhuma chance de aliança, no momento, de Geraldo com o grupo da situação na cidade. “Nós não temos diálogo nenhum com o presidente (da Câmara) no tocante à política partidária. O que nós temos é um diálogo administrativo, ele como presidente de um poder e eu como chefe de um outro poder, que é o executivo. Nós vamos continuar essa batida nessa pisada para construir o melhor para a cidade”, enfatizou Paiva.
Para a composição da chapa majoritária ainda não há definição, mas ele diz que há diversas opções de escolha para um nome que o acompanhará na disputa de vice-prefeito. “No momento, estamos conversando. Nós temos 15 vereadores, de 17. Nós temos um candidato segundo lugar nas duas últimas eleições que está do nosso grupo. Então, nós temos um leque de opções de candidato a vice muito grande. Eu estou conversando, estou construindo, estamos ouvindo todos os nossos aliados nessa composição da chapa. Por enquanto, o que nós temos é um prefeito pré-candidato a prefeito, que nós iremos trabalhar para consolidar”, declarou.
Para fazer a escolha, fala em considerar aquele ou aquela que soma mais e que tenha maior aceitação do eleitorado. Contudo, a disponibilidade de recursos do fundo partidário e o tempo de propaganda também são fatores que influenciam nessa tomada de decisões.
Tribuna do Norte