Laserterapia: Um tratamento pioneiro para pacientes com câncer no RN

 Por Sandra Cerqueira
Os
pacientes com câncer sofrem alterações na boca em decorrência da quimioterapia,
radioterapia e transplante de medula óssea, que são as formas de tratamento aos
quais se submetem. O laser de baixa potência tem sido utilizado em diversos
centros de referência mundiais para o controle da mucosite, com o objetivo de
prevenir e tratar as complicações agudas decorrentes do tratamento do câncer.
Esse serviço pioneiro vem sendo oferecido aos pacientes da Casa Durval Paiva,
tanto no hospital, como no ambulatório, conferindo a centenas de crianças e
adolescentes uma minimização das alterações bucais e uma melhor qualidade vida.
Em
resposta ao tratamento com o laser, é possível constatar uma melhora
considerável dos pacientes oncológicos, possibilitando aos mesmos alimentarem-se
de forma adequada, proporcionando assim pronto restabelecimento
pós-quimioterapia. Em 11 anos, 2.420 crianças e adolescentes já foram
beneficiados com o serviço pioneiro no Estado e no país. A cada mês são
realizados, em média, 101 atendimentos em torno de 20 pacientes.
O
laser de baixa potência ou laser terapêutico possui efeito anti-inflamatório,
analgésico e bioestimulante, como explica a Dra. Simone Norat, dentista da
Casa: “Vários estudos têm mostrado bons resultados com a laserterapia que pode ser
usada isoladamente ou associada a tratamento medicamentoso, proporcionando
alívio da dor, maior conforto ao paciente, controle da inflamação, manutenção
da integridade da mucosa e melhor cicatrização. Pode ser aplicado como
prevenção em toda a cavidade oral ou pontual nas áreas acometidas pela
mucosite.”, destaca.

A
mucosite oral, efeito colateral mais comum do tratamento do câncer, constitui
uma inflamação severa da mucosa, lembrando grandes aftas com sangramento, dor e
inchaço. Acomete 40% dos pacientes submetidos a quimioterapia e de 80% a 100%
dos pacientes que sofrem radioterapia direcionada a cavidade oral quando esta é
associada a quimioterapia. As consequências dessa patologia são: dor intensa,
dificuldade na deglutição e alimentação, perda ou diminuição do paladar,
dificuldade da higiene oral e comunicação.
Dra.
Simone Norat destaca a importância do tratamento com o laser em benefício os
pacientes assistidos “Essas alterações decorrentes da mucosite aumentam o tempo
de internação do paciente, com isso, o tratamento fica mais caro, aumenta o
risco de mortalidade e pode atrasar o protocolo de tratamento médico. A
aplicação do laser minimiza não só os efeitos da mucosite, como também torna
todo o processo de cura menos complexo.” ressalta.
Um
exemplo dos resultados do atendimento como o laser é relatado por Josefa E. dos
Santos, mãe de Deyverson Luiz, que há 3 anos faz tratamento contra um
retinoblastoma, tumor maligno que se desenvolve na retina. “Sempre após a
quimioterapia apareciam as aftas, ele não comia, não queria beber nem água e
logo na primeira aplicação com o laser, no outro dia, ele já podia comer
normalmente. O laser é muito importante para a saúde de meu filho, se não fosse
por ele o tratamento seria muito mais doloroso e demorado.”, afirma.
A
partir dos resultados satisfatórios obtidos pela Casa Durval Paiva, o serviço
de oncologia do Hospital de Mossoró e o serviço odontológico da Liga
Norteriograndense para adultos também passaram a trabalhar com o laser.

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