Na avaliação dirigentes do PMDB, o depoimento de Júlio Camargo, delator da Operação Lava Jato, enfraquece politicamente o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A delação do consultor da empreiteira Toyo Setal confirma a do doleiro Alberto Youssef e traz detalhes contra o personagem mais importante do Congresso.
Segundo Camargo, Cunha lhe pediu pessoalmente uma propina de US$ 5 milhões em um contrato da Petrobras. O consultor revelou ter medo de represálias contra sua família. E Youssef disse que recebeu ameaças contra seus parentes por meio de requerimentos de um deputado aliado de Cunha na CPI da Petrobras.
O presidente da Câmara diz que os delatores mentem. Mas, numa hora como essa, há pouca solidariedade na política. Cunha fez muitos inimigos no Ministério Público, no governo e no próprio partido.
Um peemedebista diz que, agora, o presidente da Câmara ficou “radioativo” e terá de gastar força para se defender de um provável processo no Supremo Tribunal Federal. A depender do desgaste, isso poderia custar a Cunha até o mesmo o cargo de presidente da Casa.
Um peemedebista lembrou que, numa crise política em 2007, Renan Calheiros renunciou à presidência do Senado para manter o mandato. Cunha tem perfil de lutador, mas virou de vez alvo dos investigadores da Lava Jato.
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