A utilização da internet pode permitir um envolvimento mais direto da população com a política, avaliou a ex-senadora Marina Silva, durante debate promovido nesta quinta-feira, 23 de julho, no Centro Cultural São Paulo. O evento foi organizado pelo projeto Eu Voto, da Open Knowledge, com objetivo de discutir como as novas ferramentas podem permitir um envolvimento maior da comunidade.
Além de Marina, o debate “Internet e Democracia” também contou com a participação de Santiago Siri, co-fundador do Partido La Red na Argentina e com a mediação do jornalista e apresentador da rádio CBN, Milton Jung. Os dois voltam a abordar o mesmo assunto com a militância das duas legendas, neste sábado.
Para Marina, o uso da internet possibilitará que a população interaja melhor na política. Desta forma, a sociedade poderá dar uma resposta melhor, ao que ela considera uma crise civilizatória na qual passa o Brasil e o mundo hoje. Em sua opinião, os cidadãos conseguem ter autonomia para se comunicar e pensar projetos com a utilização dessas ferramentas.
“A internet propicia a bilhões de seres humanos entrarem em contato direto com outras pessoas, de uma maneira que eles possam prospectar formas de ampliar a democracia”, disse Marina ao público presente.
A ex-senadora também afirmou aos espectadores no debate que a Rede Sustentabilidade tenta democratizar a democracia, no esforço de mudar a relação da sociedade com a representação política. Além disso, Marina defendeu a tese de que a população assuma o seu papel de protagonista e não de espectadora da política.
“Essa crise no mundo não terá uma resposta se as pessoas imaginarem que os políticos vão fazer as mudanças pela sociedade”, afirmou. Sobre a atual crise, Marina falou que o Brasil só avançará no combate à corrupção quando o problema for reconhecido como um problema de toda a sociedade.
Outro palestrante no debate, Santiago Siri destacou a experiência do La Rede na Argentina. Ele explicou que a legenda propôs um projeto piloto de democracia no Legislativo municipal de Buenos Aires, com o uso do software livre, chamado Democracia OS, em que votações de projetos de lei são discutidas com eleitores. Os parlamentares da legenda se comprometem em votar pela decisão tomada através do programa.