Estudante da zona rural de Macaíba ganha medalha de bronze nas Olimpíadas brasileiras de matemática das escolas públicas

Natural de Canabrava, zona rural da cidade de Macaíba, região metropolitana de Natal, RN, Carolina Patricia Batista Ferreira nunca imaginou que ganharia notoriedade através do conhecimento. Ela sempre foi aluna da rede pública e estuda há quatro anos na escola municipal Manoel Duarte Filho, onde conclui o ensino fundamental.

Saindo de casa para mais uma manhã de aulas

Carolina é de família humilde, seu pai, Paulo Luiz Ferreira, trabalha com transporte de estudantes e também divide com a esposa, Cláudia Maria Batista Ferreira, as atividades de cultivo de hortaliças orgânicas. Eles não tiveram muitas oportunidades para estudar, pois trabalham desde crianças, e comemoram ao verem a filha se destacar nos estudos. “Carolina é esforçada, faz todos os deveres de casa”, comenta a mãe, orgulhosa. “Ela nunca falta às aulas, gosta de estudar” completa o pai, “seu” Paulo.

Na escola, ela se destaca em várias tarefas e é muito prestativa. “Ela ajuda a gente na organização da escola, catalogando livros na biblioteca, por exemplo”, explica a diretora Gilvanice, “ás vezes pergunta se tem algo que ela possa fazer para nos ajudar”, completa a gestora.

Fazendo as tarefas de forma responsável Carolina tem alcançado um desenvolvimento acima da média e por isso conseguiu nas 9ª Olimpíadas brasileiras de matemática das escolas públicas – OBMEP, uma medalha de bronze. Foi, na verdade, a única representante da rede pública municipal a conquistar uma medalha na OBMEP do ano passado.

Ao ser indagada sobre o segredo para esse desempenho ela revelou: “Eu faço as tarefas no mesmo dia que o professor passa o assunto, para aprender logo e não dá tempo para esquecer”.

O segredo de Carolina é explicado pela neuro pedagogia. Segundo o cientista Pierluigi Piazzi os conteúdos que são estudados, através da resolução de tarefas e problemas, no mesmo dia da aula, são apreendidos. Os conteúdos que o professor passa e são deixados para análise posterior, são esquecidos. O depoimento de Carolina evidencia que o neuro pedagogo Pierluigi está correto em seus estudos.

Carolina, que completará 14 anos em outubro, afirma que gosta muito de estudar língua portuguesa e matemática, é claro, e afirma: “não há prova difícil quando estamos preparados, e é preciso estar preparado o tempo todo, de um momento para outro poderemos precisar daquilo que estamos estudando”. Outra constatação importante que ela fez diz respeito aos trabalhos em grupo. Embora os grupos sejam importantes para o aprimoramento das relações interpessoais e melhorar a comunicação, ela diz que aprendizagem ocorre mais consistentemente no estudo solitário. “Nos grupos sempre surgem outros assuntos que atrapalham e a gente não aprende muito”, relata Carolina.

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