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Por KENNEDY ALENCAR
A presidente Dilma Rousseff diz que “jamais” pensou em renunciar ou em adotar essa atitude em caso do agravamento das crises política e econômica. Afirma que “a cultura do golpe existe” na sociedade brasileira, mas não crê que ele “tenha condições materiais de se realizar”.
Na avaliação de Dilma, uma saída antecipada do poder “não se coaduna com a sociedade moderna” e poderia ser uma ameaça contra outros presidentes que venham a sucedê-la.
“Esse respeito à instituição é fundamental. Não é pra mim. Não é pra meu caso. É pra todos os presidentes que virão depois de mim.”.
Em relação aos protestos marcados para domingo, ela diz ser capaz de “conviver com as diferenças, as posições que não são aquelas que você deseja”. Afirma ser preciso evitar a intolerância, que vê aumentar no país.
“Tem um processo de intolerância como não visto antes no Brasil, a não ser nos períodos passados quando se rompeu a democracia.”
Dilma admite ter cometido erros no primeiro mandato. Cita como exemplo “as amarras” para desenvolver mais a infraestrutura do país.
Para justificar ter feito um discurso na campanha e adotado medidas diferentes no segundo mandato, ela diz que a partir de agosto do ano passado houve o fim do ciclo das commodities na economia mundial. “Eu tive a coragem de mudar, mesmo não querendo fazer e me comprometendo a não fazer”, afirmou. Ela admite que essa mudança da eleição para o governo, com medidas diferentes das defendidas, pode ser a causa da decepção da população em relação ao seu governo, como captou o Datafolha.
A presidente diz que não acredita na perda do grau de investimento, que é o selo internacional de bom pagador do Brasil. Avalia que economia começará a melhorar em 2016. Afirma que não está isolada politicamente. Declara concordar parcialmente com a “Agenda Brasil”, elogiando a iniciativa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
A seguir, veja o vídeo e leia íntegra da entrevista ao SBT, concedida na manhã desta última quarta, no Palácio do Planalto: