Encontro programático

Em clima de festa e confraternização, cerca de 700 pessoas, entre lideranças e militantes da aliança PSB-REDE-PPS e de outros partidos, se reuniram neste sábado (15) para discutir as diretrizes do programa de governo de Eduardo Campos e Marina Silva. O encontro contou com a participação especial do pianista Arthur Moreira Lima, que executou no piano o Hino Nacional e composições clássicas, como “Jesus, Alegria dos Homens”, de Bach, e “O Trenzinho do Caipira”, de Villa-Lobos, e da música popular, como “Asa Branca”, de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, e “Carinhoso”, de Pixinguinha.

A ex-senadora e porta-voz da REDE, Marina Silva, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, abriram o segundo Encontro Regional Programático da Aliança PSB-REDE-PPS. O evento marca a reafirmação da importância dos encontros regionais para construir um programa de governo pautado por ideias e propostas, que coloque um fim à atual política de distribuição de cargos.

“Queremos uma governabilidade programática, não pragmática. Quando dizemos o que estamos fazendo, queremos aprofundar a democracia, melhorar e ampliar a participação política”, disse Marina Silva durante seu discurso. Ela também comentou a crise que paralisa o Congresso Nacional e como isso quase pôs a perder a votação do projeto do Marco Civil da Internet, um projeto construído depois de muito debate e participação, lembrando a proposta da REDE de promover uma nova forma de fazer política no Brasil.

“O Marco Civil foi ameaçado de chantagem no Congresso. Temos a maturidade e clareza que não vamos fazer a política do quanto pior, melhor. Queremos a política do quanto melhor, melhor. Não queremos fortalecer aqueles que usam de chantagem para mais um cargo, mais um ministério, mais um conselho. Vamos apoiar todas as propostas justas e corretas que passarão pelo Congresso”, disse Marina.

Marina e Eduardo reafirmaram o compromisso de aprofundar as conquistas e os avanços dos últimos governos, mas sem complacência com os erros. “Temos o compromisso de fazer com que os ganhos que tivemos nos últimos 20 anos, da democracia, da estabilidade da economia, da inclusão social não sejam perdidos”, disse.

O  maior risco para essas conquistas, segundo Marina, está no atraso da política. “O Brasil está a beira de perder essas conquistas porque não consegue institucionalizá-las. Boa parte dos problemas que enfrentamos não são técnicos, é falta de visão estratégica”, comentou. Ela deu como exemplo o atual problema energético. “Estamos com as usinas térmicas a pleno vapor, importando diesel para produzir uma energia cara que será paga com o bolso do contribuinte”, reforçando o compromisso da Aliança com políticas sérias, pautadas em uma visão estratégica para  o país.

A ex-senadora também lembrou a importância do avanço na implantação de programas sociais e a necessidade de um realinhamento político. “Estamos caminhando para os programas de terceira geração, para criar igualdade de oportunidades, políticas customizadas para aqueles que estão em situação fragilizada”, disse. “Nós aqui só temos uma coisa: nós temos o dever de não nos omitir. É por isso que estamos aqui”, concluiu.

O encontro, assim como o anterior, foi rico em diálogos voltados para a criação de propostas e não somente a crítica. “Toda vez que tentamos fazer o debate de conteúdo, incomodamos muita gente. Incomodamos pela qualidade do debate que estamos fazendo aqui hoje. Este é um debate que não nega as conquistas, mas de quem não aceita entregar ou vender a história. É justamente por respeito ao povo brasileiro que estamos aqui reunidos”, afirmou Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB.

Campos citou sua campanha para o governo do Estado em 2006 para mostrar como o processo democrático pode ser determinante para a vitória. “Começamos pelas ideias, pelo programa. Mais que de repente surpreendemos a todos. Ganhamos uma eleição que muitos jamais poderiam imaginar que iríamos ganhar. E fizemos um grande governo porque discutimos com o povo as ideias deste governo.”

Página Marina Silva

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