Com epidemia de zika vírus, ministro diz que governo vai distribuir repelente para grávidas

Devido à explosão de casos de microcefalia com suspeita de ligação com o zika vírus, o ministro da Sáude, Marcelo Castro, afirmou que o governo federal irá distribuir repelentes para as grávidas em todo o País. A declaração do ministro foi dada durante participação em evento do LIDE (Grupo de Líderes Empresariais) na tarde desta quarta-feria (9), em São Paulo. A procura por repelentes aumentou e, principalmente no Nordeste, muitas farmácias já não têm mais estoque do produto.

Segundo Castro, a decisão foi tomada na noite da última terça-feira (8), em reunião com a presidente, Dilma Rousseff. O ministro ainda explicou que vai pedir ajuda do Exército para a produção do repelente, já utilizado por militares.

— Já vou conversar com o Exército para aumentar a produção e pedir que isso seja feito o mais rápido possível. Anda não temos como dar um prazo para isso acontecer, mas queremos que seja o quanto antes.

Segundo o ministro, o Nordeste é a área prioritária das ações, mas todas as grávidas do País terão acesso aos repelentes.

Além disso, o ministro fez uma crítica Brasil, admitindo que os governos foram condescendentes com o mosquito transmissor.

— Houve certa contemporização ao longo dos anos com mosquito da dengue e não podemos contemporizar com o mosquito, pois ele mata.

O vírus é transmitido pelo Aedes aegypti, mosquito que também transmite a dengue e a chikungunya, e o ministério recomenda atenção total à prevenção e combate. A recomendação é eliminar os focos do mosquito em água parada e se proteger com roupas compridas como calças e blusas longas, principalmente para as grávidas.

— Repelentes, telas, calças compridas e sapatos fechados, especialmente no caso de mulheres grávidas são recomendados. Não é pra ninguém entrar em pânico, mas tem que tomar o máximo de cuidado. É uma epidemia microcefalia gravíssima.

Em todo o País houve aumento alarmante da dengue (176% em relação à 2014) e já foi comprovada a relação entre o zika e a microcefalia em bebês, epidemia que cresce a cada dia no Brasil. Até dezembro, foram registrados 1.761 casos de microcefalia e ainda não se sabe quantos destes estão ligados ao vírus zika.

O secretário estadual de saúde, David Uip, afirmou que todos precisam dar mais atenção à epidemia de zika e a ligação com a microcefalia.

— Temos uma emergência nacional. Isso não acontecia desde 2017, e por isso todos os estados precisam dar maior atenção ao caso. Para cuidar de uma epidemia, a opções são vacina e remédio, mas neste momento não temos nenhuma das opções. Então a melhor maniera de combater essas doenças é matar o mosquito. Pedimos o apoio da população para lutar contra o transmissor.

Uip ainda disse que os governos estão se associando ás universidades, “que têm a missão de ajudar a responder às duvidas sobre contaminação”.

Vacina contra a dengue

O Ministro ainda comentou sobre a vacina contra a dengue. Segundo ele, é preciso simplificar os procedimentos na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para desburocratizar e agilizar a análise de novos medicamentos.

—  Temos dois pedidos na Anvisa, um do laboratório Sanofi e outro do Butantã, mas é preciso que a comprovação da efetividade da vacina seja analisada. A informação que a gente tem é que a cobertura seria em torno de 80% a diferença básica é que a do Butantã seria apenas uma aplicação e a da Sanofi, três. A vantagem do Sanofi é que a tecnologia já está pronta. A do Butantã ainda está em fase de análise.

R7

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